Fronteira “invísivel” protege Austrália da gripe aviária


"Aparentemente, os vírus altamente patogénicos da gripe aviária “param” nas fronteiras da Austrália. Isto apesar da sua vizinha Indonésia ser o país onde mais casos mortais da doença se têm registado.

Num artigo recente, publicado na “Ecology and Society”, investigadores australianos apontam como principal razão a chamada Linha Wallace, uma espécie de fronteira natural entre Bali, no arquipélago indonésio e a Austrália, separando a fauna asiática da do continente-ilha australiano.

Contudo, os autores referem que este relativo isolamento, sobretudo em relação a migrações de aves, não pode ser visto como uma barreira perfeita contra a chegada do H5N1. E citam o caso de cerca de uma centena de galinhas infectadas na Papua Nova-Guiné, em 2006, já do lado australiano da Linha Wallace. Hamish Mccallum, da Universidade da Tasmania, lembra que “até à data a Austrália é o unico continente habitado onde não houve registo de vírus de gripe aviária de alta patogenecidade desde 1997 e onde o H5N1 nunca foi encontrado”. Desde de 2004, apenas 1% das 16 mil aves recolhidas para análise laboratorial revelaram vírus da gripe, e de baixa patogenecidade.

De acordo com os cientistas australianos, a Linha Wallace é uma fronteira biogeográfica entre a região da Austrália-Papua e o resto do mundo, e reflecte o ancestral isolamento da região. A grande excepção são os milhões de aves límicolas que chegam da Sibéria, todos os verões."

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